Ensino e aprendizagem: um tecido nas dimensões simbólicas e socioculturais da linguagem através da metáfora como potencia poética no ato da pregunta

Resumo

O presente artigo de reflexão tem como prioridade pensar as ações do professor como possibilidades e posições pedagógicas onde seu ser é pensado e ressignificado no fazer a partir do saber em amplitude e profundidade dialógicas, tomando a metáfora do indigente que tece o poder poético para a questão como pilar de busca e aproximação da realidade. Esse propósito é mobilizado em uma hermenêutica literária de retorno à experiência de ler e escrever, concebida como territórios de uma memória que traz e estimula novas vozes de pensamento. Nas perspectivas lineares de formação, as práticas e discursos pedagógicos têm restringido o sentimento e o sentido da linguagem a uma dimensão transmissionista sem visada reflexiva na abertura narrativa, o que deu origem a uma imagem do professor ausente da indagação para uma postura crítica. Por isso, o caminho da metáfora é percorrido como horizonte de novas compreensões, tendendo a desnaturalizar as ordens e hierarquias impostas pela lógica do mercado e, por sua vez, a problematizar as condições ideológicas que fizeram da formação uma experiência de doutrinação nas reivindicações de uma modernidade instalada na razão de dominação e, consequentemente, nos desígnios de uma subjetividade alienada em formatos discursivos hegemônicos que colocam de lado outros saberes mobilizados pelo poder da metáfora a partir da expressão lírica. Esse tecido permite argumentar e desdobrar o sentido da linguagem como prática sociocultural para a dimensão simbólica, cruzando as relações do sujeito com o texto, como ofício da experiência do pensamento, e do que é pensado como traço de conhecimento.